Casamento de idoso no Registo Civil de Ribeira de Pena envolto em polémica
Sociedade
O Tribunal de Bragança está a
julgar uma empregada, dois médicos psiquiatras, uma psicóloga e uma oficial do
Registo Civil por causa do casamento e testamento de um idoso centenário com
uma fortuna avaliada em dois milhões de euros.
Segundo a Lusa, o caso começou a
4 de maio de 2017, quando a empregada casou com o patrão, com 101 anos, no
Registo Civil de Ribeira de Pena, a mais de 150 quilómetros da aldeia de
Parada, Bragança, onde moravam.
Dias a seguir ao casamento, a 10
de maio de 2017, deslocaram-se a Vieira do Minho, Braga, para, segundo a Lusa,
lavrar um testamento que tinha como beneficiária a empregada. O idoso morreu
dois meses depois.
O casamento e o testamento foram
já anulados pelo tribunal, sendo dado como provado que o idoso padecia de
demência. São agora julgados os factos que permitiram que fossem realizados.
Quanto à oficial de registos,
entende o MP que celebrou o casamento "apesar
de saber que não se encontrava em estado de poder manifestar livre e
esclarecidamente a sua vontade". Responde por desobediência
qualificada.
Um dos médicos psiquiatras e a
psicóloga que elaboraram o relatório médico que atestava a sanidade do idoso
estão acusados, respetivamente, de crime de atestado falso e falsas declarações
e um crime de falsificação de documentos. Ao outro psiquiatra implicado, que esteve
presente na assinatura do testamento com o outro colega implicado, é-lhe
imputado o crime de falsas declarações.
A empregada responde por três crimes de sequestro, por ter levado o idoso de casa apesar das indicações em contrário da filha, nomeada tutora pelo tribunal. Está acusada ainda de atestado falso e falsificação de documentos.
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