Profissionais e população vão sair à rua para exigir mais investimento no SNS
Jornada de luta nacional decorrerá no sábado, no Largo General Silveira, Jardim das Freiras, em Chaves.
A União de Sindicatos de Vila
Real (USVR) da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) convocou
para este sábado, 16 de setembro, profissionais de saúde e a populações em
geral para uma jornada de luta nacional de defesa e reforço do Serviço Nacional
de Saúde (SNS) público, universal e gratuito.
Este sábado, no Largo General Silveira, em Chaves médicos, enfermeiros e cidadãos vão exigir investimento e melhoria no SNS. “O Serviço Nacional de Saúde tem cada vez menos condições para garantir um direito fundamental, que é o direito a um atendimento normal e tratamento igual. Há cada vez mais utentes sem médico de família, porque estes preferem o privado, uma vez que os salários são melhores. Para ter uma ideia, há utentes que para fazerem um exame esperam mais que um ano. Isto nunca aconteceu anteriormente. É inamissível”, apontou à Sinal TV, António Serafim da Direção da USVR/CGTP-IN.
Nesta jornada nacional, que vai envolver 18 distritos, sindicatos do setor da saúde, enfermeiros, médicos, função pública, entre outros, os manifestantes vão denunciar “todos os ataques e atropelos que têm sido cometidos contra um dos pilares fundamentais da nossa democracia e imprescindível como resposta às necessidades da população, assim como aos seus profissionais”. António Serafim frisou ainda que o SNS “é uma das importantes conquistas de Abril e vamos defender o que a nossa constituição consagra”.
No caso específico do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), “o Conselho de Administração é novo e espero que consigam recuperar pelo menos, em termos do normal funcionamento do SNS, desde dos hospitais [Chaves, Lamego e Vila Real] aos Centros de Saúde que estão a viver com mais dificuldades e têm cada vez menos médicos e condições para atenderem os utentes”, disse este elemento da Direção da União de Sindicatos de Vila Real da CGTP.
Questionado sobre a criação das Unidades Locais de Saúde (ULS), António Serafim foi perentório e apontou estar “contra isso” até porque, segundo ele, “coloca em causa o normal funcionamento dos Centros de Saúde como também do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro”.
A nova Unidade Local de Saúde de
Trás-os-Montes e Alto Douro, com sede em Vila Real, será criada por integração
do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, que agrega os hospitais de
Vila Real, Chaves e Lamego, os Agrupamentos de Centros de Saúde do Alto Tâmega
e Barroso, do Douro I – Marão e Douro Norte e do Douro II – Douro Sul. A Direção
Executiva do Serviço Nacional de Saúde garante que este novo modelo de “ULS
2.0” vai permitir melhorar o acesso e diminuir a burocracia, facilitando o
percurso dos utentes e dos doentes dentro do SNS. “Essa situação não nos parece que vai corrigir isso”, terminou por
dizer António Serafim.
13/09/2023 Jornalista: Sara Esteves Foto: DR
Sociedade